Decreto dos Portos

PF prende homens ligados a Temer

Prisões são referentes ao caso envolvendo a empresa Rodrimar e o decreto dos portos

Com informações da Agência Brasil

Dois homens próximos ao presidente Michel Temer (MDB) foram presos na manhã desta quinta-feira. José Yunes (MDB), assessor do presidente até 2016, e o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo, João Batista Lima, acusado na Operação Lava Jato de ser um intermediário do presidente. Também foram presos os empresários Antônio Celso Grecco, proprietário da empresa Rodrimar, operadora no porto de Santos, e o ex-ministro de agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi (MDB). O Supremo Tribunal Federal (STF) investiga um possível favorecimento da empresa Rodrimar em um decreto sobre portos aprovado em maio de 2017.

O inquérito é o mesmo que quebrou, pela primeira vez na história do Brasil, o sigilo bancário do presidente da República. No STF, o caso é tratado pelo ministro Luís Roberto Barroso. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), vários mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram cumpridos pela PF, a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Estas medidas foram determinadas pelo ministro Barroso, do STF, relator do chamado Inquérito dos Portos, que apura o chamado Decreto dos Portos (decreto 9.048/2017).

Contrapontos
Em nota, o advogado de Yunes, José Luis Oliveira Lima, classificou a prisão de seu cliente como "inaceitável". Segundo Lima, Yunes vinha colaborando com as investigações. "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar", afirma o advogado na nota. No final da tarde de quinta-feira, os advogados recorreram no STF para derrubar a prisão provisória de cinco dias.

A defesa de Rossi informou que o ex-ministro está aposentado há sete anos e que não atuou mais profissionalmente na vida pública ou privada. "Nunca mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionamentos políticos. Wagner Rossi está seguro de que provará sua inocência", informa a nota dos seus advogados. O advogado de Celso Grecco, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado sobre o fato.

Em comunicado, a Rodrimar "esclarece que nunca pagou propina a nenhum agente público e nunca autorizou que alguém o fizesse em seu nome". Em relação ao Decreto dos Portos, a empresa disse que os dirigentes "atuaram, sim, como representantes e parceiros das entidades setoriais no sentido de ajudar a construir o texto de um decreto", "todas as empresas que atuam nos portos brasileiros participaram ativamente desses esforços" e que "o decreto não beneficiou nenhuma empresa".

Marun responde
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou, também na quinta-feira, que as prisões feitas na Operação Skala, da Polícia Federal, não enfraquecem o governo. Ele também defendeu o Decreto dos Portos. "A prisão de dois amigos do presidente é uma situação em relação a qual nós ainda não temos um conhecimento específico dos motivos que levaram a ela", disse. Marun ainda completou: "Quero antes de mais nada ter conhecimento dos motivos [das prisões] e tenho a certeza de que se isso não for tratado com parcialidade, com sensacionalismo, não enfraquece o governo porque o presidente Temer nada tem a ver com isso. O decreto não beneficia a Rodrimar", disse.

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